O meu Natal é triste.
Quem me dera ter o Natal das crianças
que encontram a razão da vida
num simples e ingênuo brinquedo.
Veria em cada botão de rosa, um convite ao sorriso.
Sentiria no perfume das chuvas dezembrinas,
um motivo de alegria.
Em cada lâmpada colorida
um Papai Noel a distribuir presentes.
Mas, o meu Natal é triste.
Como seria bom se eu tivesse o Natal das pessoas
sérias.
Que encontram a felicidade
Na reunião de parentes para a ceia tradicional.
Mas, infelizmente, eu me sinto só e vazio
no meio das pessoas sérias,
e o meu Natal é triste.
Como eu seria feliz se tivesse o Natal das pessoas
simples,
gente que vem do campo para a cidade
assistir à Missa do Galo.
Infelizmente, perdi a inocência e o encanto
dos humildes.
E
o meu Natal é triste.
Varginha Dezembro 1965