É que de repente no meio da música, Você parou os olhos como quem é triste. Ah, como você está triste como você foi
longe meu amigo com estes olhos tristes como você ―e só você ―sabe e é
capaz de
se embrenhar nos intransponíveis labirintos da amargura.
Ah, Chico, Poeta de uma desvairada cavalgada em
pelo no lombo da tristeza tempestuoso sátiro ― impenitente
onírico, comparsa silencioso (?) de uma solidão sem
saída (?)
Ah, Chico, de vez em quando portas te acenam (há
aqui, ali...) É quando você mais se emaranha nos perigosos rochedos submersos de uma
insidiosa solidão.
E porque você pode manipular como
ninguém os tentáculos da pilhéria e do lirismo, mais você se perde com esses olhos
puros num pântano perplexo, planeta movediço.
E se você, agora, fita (olhar parado) Os poros de um espaço próximo e
imperscrutável ―que nem você explica em seu
ensimesmismo ― pressinto que você devora os números da
roleta como quem não conhece a artimanha dos
relógios e se debate na longa travessia dos
náufragos sem culpa e se confunde como quem duvida dos
espelhos e das cartomantes na captura inútil de um rodamoinho.
E tudo porque durante um de repente você parou a música no meio de seus
olhos e tudo porque você é triste de repente e parou os olhos perto de um amigo.
(Este poema vigia o seu olhar de
laser-cicatriz, até que você volte e se rechique; se rechiquedeassis.)