POEMA PARA ZEZINHA

"A beleza é um gesto longo de caminho"
(que nunca vai chegar)
Com alguns pássaros, correntes ascendentes
E a solidão, o vento, a vela
a levitar.

Meu elemento é o ar. O amor... O amor é o vento.
O ar é meu sustento - a casa, a rosa, o acaso.
E o infinito é o prazo; o eterno a distância.
E todas as palavras cabem em meu silêncio.

E de repente eu venço, invento a ventania,
Um vendaval revolto, um nome de Maria;
o coração em alfa, a solidão em beta,
o corpo velejando voa em asa delta
e a alma já não pesa, reza, Zeza,
Zeza, Zezinha,
coisa amada, coisa minha,
Zeza deusa
acesa como fogo
em festa, em maravilha.
                                                                                                                  São Paulo 1981


© 2022 Marcos Resende
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