Mas os tempos
mudaram.
No meu caminho um
tempo de partida.
Cresce a demora
madrugada a fora
e a brisa presa ao
pranto
nem supera a espera.
Vagueia vacilante um
desmaiado apelo;
que nem apelo é, mas
tímido sussurro.
Sempre é tempo de
encontro.
No olhar balança o
brilho de esperança nova
que a razão reprova,
mas que sigo cego.
Se vai dar em nada,
coração me esconde;
e muda em acalanto a
véspera de estrada,
que nem conheço ainda, que nem sei pra onde.
São Paulo 1968