CANÇÃO DA LONGA PROCURA

Mas os tempos mudaram.
No meu caminho um tempo de partida.
Cresce a demora madrugada a fora
e a brisa presa ao pranto
nem supera a espera.

Vagueia vacilante um desmaiado apelo;
que nem apelo é, mas tímido sussurro.

Sempre é tempo de encontro.
No olhar balança o brilho de esperança nova
que a razão reprova, mas que sigo cego.

Se vai dar em nada, coração me esconde;
e muda em acalanto a véspera de estrada,
que nem conheço ainda, que nem sei pra onde.

São Paulo 1968


© 2022 Marcos Resende
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