SAUDADE

Surge
silente
a saudade
que aos poucos
invade
esta vida
da gente.

Vem
do mais fundo
das almas,
no quieto
profundo
das noites
tão calmas.

E o coração
chora triste
esta ausência
dorida,
esta mágoa
que existe

No sentimento
da gente
por ter
tão somente
lembranças
perdidas.

Quando
a saudade
me aperta
o pranto consola
e tênues despertam

Sonhos que vêm
do passado,
quimeras
falazes
e extinta
ilusão.

Vagas
lembranças
fugazes,
etéreas,
vivazes,
que o vento levou.

E no silêncio
profundo
a luz
da lembrança,
vibrante
mudou.

Numa
esperança
e alegria
em rever
outro dia
o ser
que se amou.

Varginha 1964


© 2022 Marcos Resende
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